
Prof. Thiago Bernardino de Carvalho
Há mais de 500 anos atrás Pero Vaz de Caminha já havia dito que nesta terra “tudo que se planta dá”. Talvez ele nem imaginaria o real potencial que aquela nova terra iria desfrutar nos séculos seguintes, sendo por muitos considerado o celeiro de produção de alimentos do mundo com a crise de commodities no ano de 2008.
As crises ocorridas no ano de 2017 e 2018 no mercado de carnes brasileiro, desde a carne fraca, trapaça, problemas com a delação da maior empresa do país, greve dos caminhoneiros, trouxe à tona uma preocupação antes não vista no cenário da pecuária mundial: se o Brasil deixar de produzir e/ou comercializar carne bovina, o mundo sofrerá um colapso de consumo e inflação.
O mundo cada vez mais se atenta, e isso se tornou latente no ano passado, que a produção de carne bovina brasileira além de ser estratégica para a cadeia e a economia, é de extrema importância para a segurança alimentar mundial.
Os principais produtores de carne bovina do mundo, Austrália, Índia, China, Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Paraguai, enfrentam cada qual seus problemas, assim como possuem características distintas uns dos outros.
A Austrália, passa de tempos em tempos, ou década em décadas, por problemas gravíssimos de seca, que reduz o rebanho bovino, valorizando os preços dos animais e da carne. Vale destacar que a Austrália exporta 80% de sua produção, tendo importância no mercado global.
A Índia por sua vez possui problemas sanitários e religiosos com seu rebanho. A proibição no abate de fêmeas em algumas regiões do país prejudica a competividade mundial, sem contar na falta de padronização e qualidade do rebanho, que em muitos casos entra carne de búfalo nas vendas.
A China tem um rebanho interessante, mas com um custo de produção altíssimo e um déficit entre produção e consumo, tornando um importador líquido de carne bovina. A China (juntamente com Hong Kong) representaram quase 40% das vendas de carne bovina brasileira em, 2017.
Os norte-americanos, grandes concorrentes do Brasil, são os maiores importadores de carne do mundo, além de serem um dos maiores produtores. Eles vendem muita carne bovina, por um preço alto e compram muita carne de dianteiro (carne mais barata) para o consumo doméstico, principalmente de hambúrgueres. Pode-se dizer que um grande comerciante.
Os nossos irmãos da América do Sul, apesar de produzirem um gado e uma carne de alta qualidade, caso da Argentina e Uruguai, e apresentar as maiores taxas de crescimento, caso paraguaio, possuem limite geográfico e de rebanho, sem contar os problemas políticos argentinos.
Somado a essa análise o Brasil cada vez mais de coloca como o principal produtor e fornecedor de carne bovina mundial. A evolução constante de produtividade dentro da porteira, alinhando genética, nutrição, manejo sanitário e de pastagem, tornam o país centro da busca de investimentos estrangeiros, que olham a oportunidade da abundância de recursos naturais ao local onde está o presente e o futuro da produção de carne bovina.
A importância da carne bovina brasileira para o comércio mundial já é realidade. A bola quica para os tomadores de decisão da cadeia e a pecuária brasileira é a galinha dos ovos de ouro, assim como o óleo é para o Oriente Médio.
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