
Prof. Thiago Bernardino de Carvalho
A pergunta mais frequente numa roda de conversa, nas rádios, na televisão, é: quem será o futuro presidente do Brasil? Natural sua importância e anseio de toda a sociedade devido aos maus números de nossa economia nos últimos quatro anos e a necessidade de uma reforma estrutural do país.
Irá assumir um governo de centro, de direita ou de esquerda? E qual será a tendência dos juros? Da inflação? Do câmbio? E qual seria o impacto de um novo líder para a agropecuária brasileira? Esta última questão norteia discussões e traz incertezas para todas as cadeias, entre elas a de pecuária de corte.
A incerteza em relação ao novo presidente e aos indicadores de macroeconomia é latente, mas o setor pecuário possui aliados importantíssimos para evitar turbulências e surpresas nesse ambiente: mecanismos de proteção de preços. Que são os mercados futuro e de opções e o mercado a termo, com o principal objetivo de garantir uma receita futura pré-estabelecida.
A maior reclamação do pecuarista ao longo de 2018 foram os preços baixos da arroba, somado aos custos altos de insumos, que fizeram com que a margem do produtor, principalmente que faz a terminação no cocho, se reduzisse ou ficasse negativa. Vale lembrar que 2018 começou com bons preços da arroba para o segundo semestre e com relações de troca boi/milho e boi/farelo de soja favoráveis para a atividade. O mau do pecuarista foi esperar sempre por preços melhores num cenário negativo de economia e transição.
E de 2019? Se olharmos para o cenário futuro dos preços do boi gordo, o pecuarista irá notar que as cotações sinalizam preços de até R$ 161,40/@ para o mês de setembro/2019, oscilando de R$ 153,00/@ em janeiro a R$ 159,40/@ em outubro/19*. O cenário que se desenha para o ano que vem é positivo, considerando uma perspectiva de inflação de algo em torno de 4%, os preços para setembro e outubro teriam uma alta real de mais de 3%. Pelo lado do milho, o cenário mostra preços futuros de R$ 37,39/saca de 60 kg*, retração em relação a 2018.
Este cenário que se desenha positivamente para a pecuária irá depender do planejamento e da gestão de cada pecuarista, visto que também poderá haver o encarecimento da reposição, e isso se torna fator limitante da rentabilidade de terminação. Portanto o desafio maior da pecuária de corte hoje é obter o máximo ganho de peso dos animais, aumentando a produtividade de todos os elos, giro rápido da atividade e gestão de risco da comercialização.
Como dito anteriormente, para 2019 já temos preços do boi gordo e contratos sendo negociados. O que não temos ainda é o nome do nosso futuro presidente e todo o impacto na economia que esse nome irá gerar. O pecuarista tem que se antecipar a todas as incertezas e fazer de sua fazenda uma empresa pecuária. Vamos esperar os preços subiram mais ou iremos ficar na incerteza de todo o ano de 2018?
*Preços futuros do dia 25 de setembro de 2018, Indicador Boi Gordo e Indicador Milho Cepea/B3.
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